“Caraí-ervateiro”
Homens rudes, mas forte em sua lida com a erva mate, “Os Ervateiros”...
Lutar pra sobreviver, uma sobrevivência de suor, sangue e lágrimas... Lágrimas que não querem cair, pois o que resta para a sua vida?...
É continuar mais um dia para quando chegar à noite poder descansar.
E nela se recuperar para um novo dia... Assim vai “Caraí-ervateiro”, audaz e forte, carregando seu “raído” (Expecie de fardo de erva mate pesando cerca de 250 kg ) esperando seu dia chegar. Para descansar dessa vida que foi só sofrimento sem ao menos lhe dar, a chance de se alegrar... (Texto acima de: ©Joel Vieira com direito autoral)
Mas de onde vinham esses homens que formavam a massa de trabalhadores miseravelmente explorada nos ervais desta imensa região?
Mas de onde vinham esses homens que formavam a massa de trabalhadores miseravelmente explorada nos ervais desta imensa região?
Segundo Hélio Serejo:
“foram com nativos errantes e paraguaios osos, por serem mais “agüentadores” da árdua lida nos ervais que formavam a frente de trabalho nessa tarefa de carregar o Raído”.
“Em jornadas das mais peripciosas”, velhos, moços e crianças, se embrenhavam na selva bruta enfrentando, o ambiente hostil.
E as ranchadas ervateiras, “o rancho ervateiro era a unidade básica da estrutura operacional, sendo estrategicamente localizado à margem de um rio para facilitar o escoamento da erva extraída”. “Dentro do rancho funcionavam os barbaquás, cancheados, almoxarifados, depósitos e demais unidades que compunham o sistema de elaboração da erva-mate”. Nele, ficavam também as habitações rudimentares que abrigavam os “peões dos ervais”.
O ervateiro com sua foice ou facão cortava os galhos e ramos com bastante folhas.”.
“Do rancho ervateiro partiam os “minêros” (cortadores de erva; o ervateiro) para os ervais próximos, de onde retornavam com o raído (fardo de folhas que o ervateiro traz às costas), que seria pesado e anotado em caderneta”.
Ervateiro é o nome dado ao “Peão do erval” que trabalhava nas lavouras de erva-mate desta região. Já o nome “Raído” é dado ao feixe de erva-mate com cerca de250 quilogramas que carregavam os “Peões do erval”.
Ervateiro é o nome dado ao “Peão do erval” que trabalhava nas lavouras de erva-mate desta região. Já o nome “Raído” é dado ao feixe de erva-mate com cerca de
Depois do corte era feito o “sapeco”, nome da ao processo de sapecar ou secagem dos galhos da erva-mate em fogo forte para evitar que as folhas ficassem enegrecidas e deteriorassem em contato com o ar após o corte. Depois dessa secagem preliminar, os galhos eram quebrados juntamente com as folhas. Então era feito a amarração dos vários tipos de ramos, (espécie de pré-secagem com fogo) formando um feixe e enrolado com uma lona e bem amarrado. Esse enorme fardo com cerca de 250 quilogramas era então levado ao “carijo” ou “barbaquá”.
O “carijo” ou “barbaquá” era uma grande armação de madeira roliças em formato de uma choupana onde se colocava a erva-mate no teto e fogo em outra extremidade para secar a uma temperatura de cerca de 100ºc, aí as folhas perdem totalmente a umidade, ficando bastante quebradiças e fácil de triturar.
Após esta fase a erva-mate era “cancheada” (triturada). A Cancha era uma espécie de moinho circular tocado a cavalo.
Neste processo de criação, preparação e montagem do “Raído”, a erva-mate, se caracterizou como nossa formação regional e cultural.
História viva conta que:
"Quando um Ervateiro se machucava, um ferimento grave que quebrava a coluna, era feito um sorteio entre os amigos para ver quem iria sacrificar o morimbundo", essa história eu ouví contar...
Por: Joel Vieira de Amambai MS"Quando um Ervateiro se machucava, um ferimento grave que quebrava a coluna, era feito um sorteio entre os amigos para ver quem iria sacrificar o morimbundo", essa história eu ouví contar...
As fotos em preto e branco foram extraídas do orkut "Tunel do Tempo".
Fonte de pesquísa do texto: Google
Na cancha do Barbaquá, aquela pinha cônica de madeira tocada a cavalo se chama: Malhador
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